novembro 18, 2006

Cybercultura e Educação

Tivemos como tarefa ler o texto "Educação e Cybercultura", de Pierre Lévy. Abaixo, o parágrafo escolhido e o comentário a respeito:

“O saber-fluxo, o saber-transação de conhecimento, as novas tecnologias da inteligência individual e coletiva estão modificando profundamente os dados do problema da educação e da formação. O que deve ser aprendido não pode mais ser planejado, nem precisamente definido de maneira antecipada. Os percursos e os perfis de competência são, todos eles, singulares e está cada vez menos possível canalizar-se em programas ou currículos que sejam válidos para todo o mundo. Devemos construir novos modelos do espaço dos conhecimentos. A uma representação em escalas lineares e paralelas, em pirâmides estruturadas por «níveis», organizadas pela noção de pré-requisitos e convergindo até saberes «superiores», tornou-se necessário doravante preferir a imagem de espaços de conhecimentos emergentes, abertos, contínuos, em fluxos, não-lineares, que se reorganizam conforme os objetivos ou contextos e nos quais cada um ocupa uma posição singular e evolutiva.”

Numa época de renovação constante e veloz do conhecimento, percebe-se que não há mais como voltar ou como permanecer num estágio de tranqüilidade, de constância e de total domínio dos saberes.Portanto, não há, na educação, possibilidade de ignorar esta nova realidade que já está aí: presente, concreta, dinâmica e desafiadora. A educação enfrenta um dos seus maiores desafios: abrir-se, adaptar-se às contínuas mudanças que estão ocorrendo na sociedade como um todo: na produção e socialização de novos saberes, na relação aluno/professsor, presencial/virtual, aprendizagem individual/coletiva .
Dessa forma, quando o autor afirma que não é possível trabalharmos com um currículo fechado, pré-determinado, reconhece que os tanto os novos conhecimentos disponibilizados no ciberespaço como o uso das tecnologias e o acesso a elas determinarão o rumo da educação, da formação dos professores, da produção coletiva do conhecimento. Destaca o papel do professor como “animador da inteligência coletiva” promovendo o “aprendizado coletivo em redes”.
É necessário rever então, não somente nossa formação, mas também nossa capacidade de adaptação às mudanças, acompanhando o ritmo acelerado da sociedade atual e da produção de conhecimentos. A cybercultura veio para desestabilizar a prática educacional que vêm ocorrendo e que sabemos, já estava há muito tempo falida.

Um comentário:

Aline_Kunst disse...

Olá Beatriz!
Interessanteo trecho que escolheste. Realmente são muitas as mudanças e essas exigem uma grande flexibilidade de pensamento...

Beijos
Aline